sexta-feira, 9 de janeiro de 2009




A Gravidez e os Medicamentos



Durante a gravidez, especialmente durante os primeiros três meses, tente evitar o uso de toda a medicação, a não ser que prescrita pelo seu médico. O consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco não está também recomendado na mulher grávida.




Não se pode afirmar com certeza que um fármaco é absolutamente seguro para uso durante a gestação. Em muitos casos faltam ainda estudos que comprovem com mais segurança que o medicamento realmente não pode causar danos ao feto. O facto de não haver estudos que associem o uso do fármaco a riscos para o feto não significa que este risco não exista e venha a ser conhecido futuramente. Mas isso não quer dizer que gestantes não possam usar medicamento algum.
Há muitos medicamentos já estudados há bastante tempo e considerados seguros, que podem, portanto, ser utilizados por gestantes. Entre estes medicamentos encontram-se alguns analgésicos, alguns antibióticos e preparações de uso tópico em geral.




Mulheres grávidas podem adoecer durante este período ou ter doenças pré-existentes que podem e devem receber tratamento. Não tratar uma gestante doente, também pode ser prejudicial ao feto. Os problemas que podem afectar as gestantes e que precisam de ser tratados são:




  • Diabetes,

  • Depressão,

  • Condições psiquiátricas,

  • Hipertensão,

  • Infecções em geral,

  • Epilepsia,

  • Doenças reumáticas, etc.



Cada mulher deve ser avaliada individualmente pelo seu médico para verificar a indicação correcta de qualquer medicamento.
Consulte SEMPRE o seu médico ou o SIAT antes de usar qualquer medicamento, mesmo sendo medicamentos considerados naturais ou à base de plantas – estes também podem causar danos.








ASPIRINA











Pesquisas ligaram a aspirina a diversas complicações na gravidez .


Alguns estudos demonstraram que a ingestão de aspirina adulta durante as tentativas de engravidar, e no início da gestação estava associada a um risco maior de aborto espontâneo.


Alguns cientistas acreditam que doses altas de aspirina na gravidez podem afectar o crescimento do bebé e até elevar ligeiramente o risco de descolamento da placenta onde parte da placenta poderá separar-se do útero.Quando tomada em dose adulta no final da gestação, a aspirina pode:



  • Retardar o parto,

  • Aumentar o risco de problemas cardíacos,

  • Pulmonares no recém-nascido,

  • Sangramentos.


TALIDOMIDA







Este fármaco deixou de ser receitado às mulheres grávidas porque provoca importantes defeitos de nascença.


Foi introduzido na Europa em 1956, como tratamento para a gripe e como sedativo.



Em 1962, descobriu-se que, se as gestantes tomassem talidomida quando os órgãos do feto ainda estavam em desenvolvimento, produziam no feto:



  • Anomalias congénitas,
  • Desenvolvimento incompleto dos braços e das pernas,

  • Malformações do intestino,

  • Coração,

  • Vasos sanguíneos.


Antibióticos









O tratamento com antibióticos durante a gravidez é uma fonte potencial de problemas.



As tetraciclinas atravessam a placenta e acumulam-se nos ossos e nos dentes do feto, onde se combinam com o cálcio. Resultando:



  • No retardamento do crescimento ósseo,

  • Os dentes do recém-nascido podem tornar-se definitivamente amarelos e o esmalte dentário pode ser mole e anormalmente susceptível às cáries. O risco de anomalias dentárias é mais elevado desde o meio até ao fim da gravidez.


Como existem vários antibióticos alternativos que não implicam qualquer risco, durante a gravidez evitam-se as tetraciclinas.



A administração de antibióticos como a estreptomicina ou a kanamicina durante a gravidez pode:



  • Lesar o ouvido interno do feto,

  • Provocar surdez.


O cloranfenicol não danifica o feto, mas provoca uma grave doença no recém-nascido conhecida como síndroma do bebé cinzento.



A ciprofloxacina não deverá ser tomada durante a gravidez porque foi provado que nos animais provoca anomalias nas articulações.




A maioria dos antibióticos com sulfonamida, administrados no final da gravidez, podem fazer com que o recém-nascido contraia icterícia, provocando uma lesão cerebral.


No entanto, existe um antibiótico com sulfonamida, a sulfasalazina, que muito raramente provoca este problema.






Fármacos utilizados durante o parto





Os anestésicos locais, os opiáceos e outros analgésicos normalmente atravessam a placenta e podem afectar o recém-nascido:




  • Debilitando a sua capacidade respiratória.


Por isso, se for necessário utilizar fármacos durante o parto, só administrados em dose pequenas.





Analgésicos opiáceos e anti-inflamatórios não esteróides




Os analgésicos opiáceos e os anti-inflamatórios não esteróides (AINE), como a aspirina, chegam ao feto em quantidades significativas se forem ingeridos por uma mulher grávida. O



Os filhos de mulheres dependentes dos analgésicos narcóticos (opiáceos) podem tornar-se toxicodependentes antes do nascimento, e mostrar sintomas de privação entre as 6 horas e os 8 dias depois do parto.



A ingestão de grandes doses de aspirina ou de outros AINE durante a gravidez pode:



  • Atrasar o início do parto,pode provocar o encerramento no feto, antes do nascimento, do canal (ductus arteriosus) que liga a aorta e a artéria pulmonar (a artéria que leva o sangue aos pulmões). Este canal, normalmente, fecha-se imediatamente após o parto. O seu fecho prematuro obriga o sangue a circular através dos pulmões, que ainda não se expandiram, e em consequência, produz-se uma sobrecarga do sistema circulatório do feto.



Quando são administrados no fim da gravidez, os fármacos anti-inflamatórios não esteróides, reduzem a quantidade de líquido amniótico, ou seja, o líquido que rodeia o feto em desenvolvimento e que se encontra dentro do saco amniótico; causando perigo ao feto e à mãe.



Se forem tomadas grandes doses de aspirina, podem produzir-se hemorragias na mãe ou no recém-nascido. A aspirina, como outros salicilatos, pode aumentar:



  • Os níveis de bilirrubina no sangue do feto, provocando icterícia e, por vezes, lesões.



Ansiolíticos e antidepressivos








Os ansiolíticos provocam anomalias congénitas quando são administrados durante o primeiro trimestre da gravidez.



A maioria dos antidepressivos parecem ser bastante seguros se forem usados durante a gravidez, mas o lítio pode provocar anomalias congénitas, principalmente no coração.



Os barbitúricos, como o fenobarbital, administrados a uma mulher grávida, têm tendência para reduzir:



  • A icterícia ligeira que se observa nos recém-nascidos.